Até mesmo em uma cidade como Nova York, famosa por seus excessos, alguns desses eventos podem parecer exagerados”. É assim que o jornal americano The New York Times define a mais nova mania entre os ricaços brasileiros: torrar fortunas em luxuosas festas no exterior que podem durar vários dias.
Para exemplificar seu espanto com os novos hábitos de consumo tupiniquins, o jornal cita o exemplo de uma festa infantil em Nova York que pode ter custado mais de US$ 30 mil (cerca de R$ 66 mil). O aniversário de três anos contou com reserva em uma sala privada do hotel de luxo Plaza Athénée, comemoração em uma famosa loja de doces e ainda ingressos para o musical "O Rei Leão", na Broadway.
Casamentos que chegam a custar mais de US$ 2 milhões (cerca de R$ 4,4 mi) também estão na lista, apontando que as viagens de compras já não são suficientes para os mais abastados.
A reportagem afirma que as festas em Nova York são agora um símbolo de status social para os “novos ricos” brasileiros, que pode ser comparado a bolsas Chanel ou aos caríssimos sapatos de sola vermelha Loubotin.
"Eu nunca vi gastos nessa escala, e estou nesse ramo há 25 anos", disse ao NYT Sebastian Wurst, gerente do cinco estrelas Plaza Athénée. De acordo com o jornal, o “mantra” dos brasileiros é: “Por que ter apenas uma comemoração, se você pode ter três ou quatro?”.
Preço e violência
A reportagem também considera os altos preços no Brasil como um dos motivos para a procura. “A prática parece ser uma relativa barganha para os brasileiros, que vivem em um país de alta inflação”, afirma. "É mais barato vir a Nova York por um fim de semana do que passar uma semana no Norte do Brasil", justifica uma entrevistada.
Já Clarissa Rezende - organizadora de eventos que está montando site exclusivo para clientes que querem realizar festa no exterior - tem outra explicação. “O crime no Brasil está ficando pior", disse ao NYT. “As pessoas gostam de fazer as festas em Nova York porque podem usar suas joias e bolsas bacanas sem se preocupar".
O New York Times, no entanto, faz questão de destacar que ainda é muito pequena a parcela da população brasileira que possui recursos suficientes para tamanha extravagância.
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