Igualdade, liberdade e fraternidade. Os ideais que ficaram famosos durante a revolução francesa, ganharam o mundo e hoje são as principais referências de muitas nações, foram colocados em cheque na última sexta-feira, dia 13 de novembro de 2015, na série coordenada de atentados que atingiu Paris.
Embora os lamentáveis incidentes tenham ocorrido dentro do perímetro da capital francesa, todo o mundo civilizado sentiu um pouco a dor daqueles que tiveram seus amigos e familiares vitimados. A gigantesca repercussão dos eventos trágicos, que rapidamente tomou conta dos principais veículos de comunicação e das mais importantes redes sociais, pode ser compreendida como uma espécie de resposta imediata à barbárie sofrida pelos parisienses e seus visitantes, uma forma de reprovação veemente de práticas tão absurdas e cruéis.
A escolha de Paris como alvo dos ataques, sem dúvidas, não foi mera casualidade. A cidade luz é um dos mais conhecidos e significativos símbolos de um modo de vida que os terroristas querem findar. Paris é a verdadeira cidade da esperança nos mais diversos sentidos. É o palco perfeito dos amores impossíveis tão bem retratados na literatura. É o destino favorito dos turistas que buscam contato com o que de mais rico o ser humano já produziu em matéria de cultura. É uma fonte inesgotável de prazer e encantamento. Suas cafeterias, monumentos, museus e história ajudam a elevar a cidade à categoria de uma das mais belas capitais do mundo.
Não há entusiasta ou admirador do segmento de alto padrão que não reserve no coração um cantinho especial para a cidade. Se Nova Iorque é tecnológica, Londres é pragmática, Barcelona é cosmopolita e Milão esbanja estilo, Paris é o romantismo materializado em ruas, casas, bancos de praças e gente fazendo piquenique aos pés da Torre Eiffel. Um lugar no qual todos os sonhos são possíveis, basta fechar os olhos e acreditar com vontade.
É inegável que a cidade sofreu mais um duro golpe. No início do ano, o jornal Charlie Hebdo havia sido palco de outro atentado onde diversos jornalistas e cartunistas tiveram suas vidas ceifadas por extremistas. Dessa vez, as vítimas eram pessoas comuns, trabalhando ou se divertindo, numa sexta-feira movimentada de clássico no futebol. Mas, muitas vezes, a vida surpreende com enredos que superam a ficção e os atentados vitimaram dezenas de pessoas e chocaram o mundo mais uma vez.
Encontrar os responsáveis e, acima de tudo, buscar formas de evitar que eventos dessa natureza se repitam, é o dever das autoridades. Os parisienses, por sua vez, estão fazendo o que lhes compete, que é continuar sua vida da melhor forma possível, sabendo que as feridas não se apagam jamais, apenas cicatrizam. O exemplo dos moradores que decidiram não se trancar em casa, mas viver a cidade provando que a esperança sempre vencerá o medo é uma imagem que deve permanecer por mais tempo na retina do que o som das explosões nos ouvidos.
Ainda é cedo para falar em superação dos traumas, mas é certo que Paris não vai se deixar abater e, em breve, estará novamente nas capas de jornais e revistas como uma das cidades mais incríveis do planeta.
Seus filhos, nascidos na cidade ou não, novamente encontrarão abrigo e carinho e, assim, como é comum da natureza de sentimentos como a esperança, a felicidade e o desejo por um mundo melhor, Paris há de florescer cada vez mais.
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