LONDRES — Kate Middleton não vai prometer obedecer ao príncipe William em seus votos de casamento, segundo revela o programa oficial da cerimônia.
Ao invés disso, num estilo moderno, Kate prometerá "amar, confortar, honrar e proteger" o futuro marido, seguindo o exemplo da falecida mãe do príncipe William, a princesa Diana.Diana também optou por não dizer que obedeceria ao Príncipe de Gales durante a cerimônia de casamento em 1981.
Kate, 29 anos, chegou à Abadia de Westminster cedo nesta quinta-feira para o ensaio final da cerimônia. Na noite de quarta-feira, ela manteve uma reunião íntima com seus pais, William e o padrinho e irmão do noivo, príncipe Harry.
Esta é a última vez que Middleton ou um membro da família real pisará na abadia antes da cerimônia, informou o palácio de St. James's.
Os organizadores tiveram que enfrentar uma dor de cabeça diplomática quando o ministério britânico das Relações Exteriores anunciou que, em acordo com a Casa Real, retirou o convite de casamento do embaixador da Síria por considerar que sua presença seria "inaceitável" em consequência da repressão neste país.
"À luz dos ataques desta semana contra civis pelas forças de segurança sírias, que condenamos, o secretário do Foreign Office (William Hague) decidiu que a presença do embaixador sírio no casamento real seria inaceitável e que ele não deve comparecer", afirma um comunicado oficial.
"O Palácio de Buckingham compartilha o ponto de vista do Foreign Office de que não se considera apropriado que o embaixador sírio compareça à cerimônia", completa.
O embaixador da Síria em Londres, Sami Khiyami, figurava entre os 1.900 convidados do casamento, assim como todos os representantes dos países com os quais o Reino Unido mantém relações diplomáticas normais.
Uma fonte do governo comentou, na condição de anonimato, que a decisão final a respeito ficariam nas mãos de William e Kate.
A fonte também disse que a situação não era muito diferente da do embaixador da Líbia, que não foi convidado.
O príncipe herdeiro de Bahrein, Salman ben Hamad al Khalifa, por sua vez, anunciou no domingo que não participaria no casamento depois de ter seu país duramente criticado pela imprensa britânica pela repressão das manifestações pró-democráticas.
Numa mensagem reproduzida no programa da cerimônia, William e Kate afirmam estar muito comovidos pelas reações das pessoas nesse momento de preparativos para "um dos dias mais felizes de nossas vidas".
"Estamos muito encantados que vocês se unam a nós para celebrar o que esperamos que será um dos dias mais felizes de nossas vidas", afirmam no programa que será vendido ao público.
Junto à Abadia de Westminster, os admiradores da monarquia e do casal real continuam chegando para tentar conseguir um lugar privilegiado para acompanhar a cerimônia.
Mas os meteorologistas avisam que o casamento deverá contar com chuva, embora não muito forte.
William, 28 anos, passou os últimos dias aparentemente relaxado, e até jogou futebol com um grupo de amigos num parque de Londres, na terça-feira. Os mais íntimos revelaram que ele confessou estar nervoso.
Abadia de Westminster, uma igreja gótica intimamente ligada à monarquia.
A Abadia de Westminster, onde o príncipe William e a noiva Kate Middleton se casarão nesta sexta-feira, é uma igreja gótica anglicana intimamente ligada há alguns séculos à monarquia britânica, tanto nos momentos alegres como nos tristes.
Para William, o templo londrino que recebeu casamentos, coroações e funerais reais, é sobretudo o local do funeral solene de sua mãe, a princesa Diana, em 6 de setembro de 1997, poucos dias depois de sua morte em um acidente de trânsito em Paris.
Do tamanho de uma catedral, a igreja também foi o cenário escolhido para, em 20 de novembro de 1947, para o casamento de sua avó, a então princesa Elizabeth com Philip Mountbatten. Seis anos mais tarde, após a morte do pai, ela foi coroada Elizabeth II no mesmo lugar.
Dois dos quatro filhos da rainha também casaram na igreja: a princesa Anne com Mark Phillips em 1973 e o príncipe Andrew com Sarah Ferguson em 1986.
Os dois casamentos terminaram em divórcio, assim como o de Charles, que como herdeiro do trono optou pela mais ampla e luxuosa catedral de São Paulo para o casamento com Diana em julho de 1981.
O templo, inicialmente romanista e católico fundado no século XI ao lado de um mosteiro beneditino por Eduardo o Confessor, é igreja das coroações de reis e rainhas desde William o Conquistador em 1066.
A imponente igreja gótica atual, cujo nome formal é Igreja do Colegiado de São Pedro de Westminster, começou a ser construída durante o reinado de Henry III em 1245. O sepultamento do monarca, em 1272, transformou o local no principal local para os enterros reais durante 500 anos.
No total, 17 monarcas estão sepultados nesta necrópole real convertida em mausoléu nacional com mais de 3.000 túmulos de algumas das figuras britânicas mais famosas em todos os âmbitos, de Isaac Newton a Lawrence Olivier, passando por Charles Dickens e Charles Darwin.
Outras personalidades são celebradas no templo, como Winston Churchill ou William Shakespeare.
A Abadia de Westminster também foi ao longo da história testemunha de 38 coroações, a última a de Elizabeth II em 1953, a primeira transmitida pela televisão.
A igreja, um dos edifícios góticos mais importantes do Reino Unido, é "royal peculiar", ou seja, está diretamente sob a jurisdição do monarca, que na Inglaterra também é o Governador Supremo da Igreja Anglicana, e não de uma diocese. No entanto, se autofinancia com a venda de entradas e com os donativos.
Mesmo sendo uma das principais atrações turísticas da capital, a igreja, situada ao lado do Parlamento de Westminster, ainda é um local de culto e nela são celebrados vários serviços religiosos diários.
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