A família real britânica é implacável com quem abre a boca. A prova está no veto aplicado a Sarah Ferguson que ficou fora da lista de convidados, apesar de ser tia do noivo.
O mesmo critério foi aplicado às amigas e namoradas coleccionadas pelo príncipe William, que convidou as ajuizadas Rose Farquhar, Jessica Craig, Olivia Hunt e Isabella Calthorpe, mas não teve a mesma deferência com a ‘Miss Traseiro’ Carly Massy-Hunt, sua primeira amiga íntima na Universidade de St. Andrews, nem com a loira Tess Shepherd que, numa noite de animação no Boujis, fez Kate sair, irritadíssima, pela porta fora.
Por ser facilitadora de conversa disinibida ou, eventualmente por ser tratada por loira, a cerveja é bebida vetada nas recepções oficiais da festa de casamento. Os 600 convidados para o almoço volante no Palácio de Buckingham terão à sua espera vinhos e champanhe para brindar William e Kate. Ninguém vai matar a sede com uma loira fresquinha, cheia de espuma. Se o calor apertar, o melhor será recorrer mesmo à água ou aos refrigerantes.
Mais incómodo de explicar é o facto de ninguém ter convidado Sarah Ferguson, a ruiva cáustica que, mesmo antes de se divorciar do príncipe André, há 16 anos, sempre foi arrasadora nas suas críticas à família real, especialmente à rainha Isabel II. Ela continua a viver com as filhas, Béatrice e Eugenie, obviamente convidadas, e tem boas relações com o ex-marido que como ela nunca voltou a casar.
A lei do veto aos indesejáveis tem também a sua excepção. Charles Spencer tem o triplo dos divórcios de Sarah e insultou a rainha no discurso que fez em Westminster, no funeral da irmã, a princesa Diana. No entanto, foi convidado. O sangue dos Spencer que corre no corpo de William a isso obriga.
FESTAS FECHAM 6500 ARTÉRIAS NO REINO UNIDO
Por iniciativa popular, o casamento será festejado com arraiais por todo o Reino Unido. De acordo com os números mais recentes, foi já pedido para o efeito o encerramento ao trânsito de 5500 ruas e praças onde os súbditos de Sua Majestade vão festejar. Londres lidera a nível nacional com 800 pedidos, incluindo Dow-ning Street, onde mora o primeiro-ministro. Richmond-upon-Thames é o bairro mais festivo com 85 arraiais.
GUY PELLY, AMIGO DE FESTANÇAS, NA LISTA DE WILLIAM
É o amigo perverso do príncipe, aquele que, segundo Kate Middleton, o arrastou para um cruzeiro só de rapazes nas ilhas da Grécia , lhe arranja revistas e filmes pornográficos e também faz de maestro na discoteca Boujis, no centro de Londres. Apesar de todas estas ‘desrecomendações’, Guy Pelly foi convidado.
PRIMA DISTANTE NO 'STRIPTEASE' INCOMODA KATE
A lista dos convidados da família da noiva tem menos de 200 nomes e os Middleton foram coniventes com a família real. O único problema surgiu nos jornais que descobriram uma prima, Katrina Darling, que se despe no espectáculo ‘God Save the Queen’. Houve um sobressalto, mas ela não recebera de fato convite.
LESA MAJESTADE: RUIVA FORA DA ABADIA
Tal como os elefantes, a família real britânica nunca esquece. Bastou alguma ‘vida loca’ – e uma gravação em que se oferecia para influenciar o ex-marido em negócios – para a ruivíssima Sarah Ferguson ser riscada da lista de convidados para a Abadia de Westminster. É provável que William preferisse ter presente a tia do que a madrasta no casamento, mas o futuro rei sabe que todas as famílias, sejam Windsor ou Corleone, têm as suas regras. Claro que, para a rainha, Sarah foi sempre a adversária mais fraca de entre as ‘ex’ da prole.
William segue exemplo da avó e opta por casamento austero durante crise.
Tempos difíceis. Sem ostentação, união do segundo na sucessão do trono britânico com plebeia, marcada para sexta-feira, em Londres, tem algumas semelhanças com a cerimônia entre Elizabeth II e o duque de Edimburgo, em 1947, logo após a 2ª Guerra.
O casamento do príncipe William com sua colega de faculdade Kate Middleton, marcado para sexta-feira, guarda semelhanças com as bodas da rainha Elizabeth II com o duque de Edimburgo. Ambos foram realizados em períodos de grave crise. William se casará após o anúncio de um gigantesco corte de gastos públicos, enquanto a avó se casou em 1947, logo após a 2ª Guerra.
Quando a rainha Elizabeth II organizava seu casamento com o duque de Edimburgo, em novembro de 1947, muitos britânicos enviaram seus cupons de racionamento para ajudá-la a montar o enxoval. Recém-terminada a 2.ª Guerra, a Grã-Bretanha vivia anos de austeridade: sob inverno rigoroso, filas se multiplicavam diante de mercados. Pão, batata, manteiga, carne e roupa nova eram artigos de luxo.
Os cupons enviados pela população foram devolvidos, porque uma lei proibia sua doação. O vestido de noiva acabou financiado com recursos da família real, uma contribuição do governo e presentes do exterior. Adornado com cristais e 10 mil pérolas, ele passava ao país uma mensagem contundente: a certeza de que dias melhores viriam.
A situação pode não ser tão grave, mas a Grã-Bretanha vive hoje um dos piores arrochos econômicos desde o fim da 2.ª Guerra. O objetivo da reforma fiscal anunciada pelo governo é enxugar em quatro anos US$ 133 bilhões do orçamento, que acumulava o pior déficit da história: US$ 255 bilhões. São muitas, porém, as críticas sobre o ritmo e o foco dos cortes, que apenam os mais pobres. No ultimo trimestre de 2010, o PIB britânico recuou 0,5%. Em janeiro, o desemprego atingiu o maior índice desde 1994. Benefícios sociais foram cortados, houve reajuste de impostos e universidades anunciaram que triplicarão as anuidades.
"Novamente, esse será um casamento real em tempos de austeridade. Como em 1947, o evento terá a missão de animar e dar confiança à população para enfrentar a crise", diz Richard Fitzwilliams, conhecido comentarista de assuntos da família real.
Tradição. Os custos do casamento serão divididos entre a monarquia e a família Middleton, mas os contribuintes terão de arcar com os gastos de segurança - cerca de US$ 8,2 milhões. Purdue explica que não há muitos questionamentos sobre a fatura, porque o público em geral aceita que a monarquia precisa fazer tais eventos com certo estilo, como manda a tradição.
"Talvez não seja época de esbanjar, mas também não dá para fazer um casamento real barato", diz o historiador. Além disso, os gastos poderiam ser parcialmente compensados por um aumento da receita do turismo.
A festa será suntuosa, mas sem excessos. Assessores do palácio real confirmaram que a inspiração para William e Kate será a celebração de 1947, não o casamento do príncipe Charles e da princesa Diana, em 1981, que poderia ter custado, segundo algumas estimativas, US$ 50 milhões. Para começar, William e Kate convidaram 1.900 pessoas para a cerimônia religiosa, quase a metade dos 3.500 convidados do casamento de Charles e Diana, realizado na Catedral de Saint-Paul, porque não havia espaço suficiente na Abadia de Westminster.
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